quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Reinaldo Santos Neves



Nasceu em Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, em 03/12/1946, filho de Guilherme Santos Neves e Marília de Almeida. Iniciou seus estudos na Escola Sagrado Coração de Jesus, em 1953. Concluiu o ginásio e o clássico no Colégio Estadual do Espírito Santo, em 1961 e 1964, respectivamente. Concluiu o Curso de Letras (Português- inglês) na UFES, em 1968. Inicia sua vida profissional como tradutor e intérprete, na UFES, onde dirigiu a Editora da Fundação Ceciliano Abel de Almeida. Durante quatro anos trabalhou na revista Você, da Secretaria de Cultura da UFES. Participou com a obra Reino dos medas, em 1973, de concurso promovido pelo Instituto Nacional do Livro, recebendo menção honrosa. Pelo conjunto de sua obra, em 1996, recebeu do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo o prêmio Almeida Cousin. 


OBRAS:


Reino dos medas (romance) RJ – 1971
A crônica de Malemort (romance) RJ – 1978
Poema graciano (poema) in revista Letran n.2 – 1982.
As mãos no fogo: o romance graciano (romance) – 1984
Sueli: romance confesso (romance) – 1989
Má notícia para o pai da criança (contos) – 1995
Dois degraus a leste, três degraus a oeste 
(crônicas na Gazeta on line) 1997/1999.
Muito soneto por nada (poemas) 1998
A confissão (novela) 1999
Crinquinim e o convento da Penha ( literatura para crianças) - 2001



UM POEMA:


                           ETRUSCA
Intruso me instauro em teu prelúdio,
trazendo olhos nus, duplos sentidos. E sito
à sombra, em neo-amor, em síntese redijo
o meu desejo, que não rejo, e me limito
a pleitear-te na textura do poema.
Pois musa és, mim, transmim, e me suscitas
cada palavra em chamas que ateio à toa
na imóvel página: teu amor em branco.
Te quero e te tateio: e e tatear-te
vai-se minha arte a tear o precipício
que se interpõe entre mim e o interdito.
Te quero e te tuteio,mas etrusca, e fugidia,
por mais que te corteje com romance e poesia,
te fechas medo adentro em quarentena,
me deixas sem tutela e sem roteiro,
me deixas sem fio nem meada: andante em círculos,
planto genetas no entremeio dos meus versos.
Mas te quero e me situo, teu e tuo, em tua orla,
sempre limítrofe, etrusca, do teu nome,
sempre à espera de um sinal ou de um chamado.
Me perpetuo nos limites da antecâmara,
sem passar nunca além da antevéspera, e cito
a sombra como emblema e, como símbolos,
o vendaval que tu me deste de presente,
a amargura que hás de dar-me de futuro.
E, sendo de nós dois a parte interessada,
reitero que te quero, etrusca e neo-amada,
e me incinero com o poema, dado em nada. 



POSTADO POR: 
Bruna Simões Barbosa

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