quarta-feira, 28 de setembro de 2011

                                           Carlos Drummond de Andrade



Carlos Drummond de Andrade foi Influenciado de início pelos poetas paulistas Oswald e Mário de Andrade, que conhece em 1924, e por Manuel Bandeira, a quem, no mesmo ano, envia poemas seus, publica seu primeiro livro, Alguma Poesia, em 1930. Esta primeira fase de sua obra é marcada por poemas irônicos, breves e coloquiais, como Quadrilha, Cota Zero, Cidadezinha Qualquer ou No meio do caminho, em que a vinculação ao primeiro momento do modernismo brasileiro é patente. Carlos Drummond de Andrade nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os jesuitas no colégio Anchieta. Formado em farmácia,com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o Modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.Além de poesia, produziu livros infantis, contos e também crônicas.

       Poema:

 POEMA DE SETE FACES
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é serio, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.



       Obras:
  • Alguma Poesia (1930)
  • Brejo das Almas (1934)
  • Sentimento do Mundo (1940)
  • José (1942)
  • A Rosa do Povo (1945)
  • Claro Enigma (1951)
  • Fazendeiro do ar (1954)
  • Quadrilha (1954)
  • Viola de Bolso (1955)
  • Lição de Coisas (1964)
  • Boitempo (1968)
  • A falta que ama (1968)
  • Nudez (1968)
  • As Impurezas do Branco (1973)
  • Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
  • A Visita (1977)
  • Discurso de Primavera (1977)
  • Algumas Sombras (1977)
  • O marginal clorindo gato (1978)
  • Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
  • A Paixão Medida (1980)
  • Caso do Vestido (1983)
  • Corpo (1984)
  • Amar se aprende amando (1985)
  • Poesia Errante (1988)
  • O Amor Natural (1992)
  • Farewell (1996)
  • Os ombros suportam o mundo(1935)
  • Futebol a arte (1970)

     Antologia poética

  • A última pedra no meu caminho (1950)
  • 50 poemas escolhidos pelo autor (1956)
  • Antologia Poética (1962)
  • Antologia Poética (1965)
  • Seleta em Prosa e Verso (1971)
  • Amor, Amores (1975)
  • Carmina drummondiana (1982)
  • Boitempo I e Boitempo II (1987)
  • Minha morte (1987)

     Infantis

  • O Elefante (1983)
  • História de dois amores (1985)
  • O pintinho (1988)

     Prosa

  • Confissões de Minas (1944)
  • Contos de Aprendiz (1951)
  • Passeios na Ilha (1952)
  • Fala, amendoeira (1957)
  • A bolsa & a vida (1962)
  • Cadeira de balanço (1966)
  • Caminhos de João Brandão (1970)
  • O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972)
  • De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974)
  • Os dias lindos (1977)
  • 70 historinhas (1978)
  • Contos plausíveis (1981)
  • Boca de luar (1984)
  • O observador no escritório (1985)
  • Tempo vida poesia (1986)
  • Moça deitada na grama (1987)
  • O avesso das coisas (1988)
  • Auto-retrato e outras crônicas (1989)
  • As histórias das muralhas (1989)


    
 Postado por: Thiago Santos Sousa  3° C

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


                    Marcus Vinícius da Cruz e Mello Moraes:
(Rio de Janeiro,19 de outubro de 1913 foi um diplomata, dramaturgo,jornalista,poeta e compositor brasileiro.Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha"apelido que lhe teria atribuido Tom Jobim notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador.Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell , João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.Sua carreira artística começo no fim do ano 1920, Vinicius de Moraes produziu letras para dez canções gravadas - nove delas parcerias com os Irmãos Tapajós. Seu primeiro registro como letrista veio em 1928, quando compôs "Loira ou Morena", gravado em 1932 pela dupla de irmãos. Vinicius teve publicado seu primeiro livro de poemas, O Caminho para a Distância em 1933, e lançou outros livros de poemas nessa década. Foram também gravadas outras canções de sua autoria, como "Dor de uma Saudade" gravada em 1933 por João Petra de Barros e Joaquim Medina, "O Beijo Que Você Não Quis Dar" e "Canção da Noite" ,ambas gravadas em 1933 pelos Irmãos Tapajós e também "Canção para Alguém" ,gravada pelos mesmos um ano depois.Ainda na década de 1930, Vinicius de Moraes estabeleceu amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Em sua fase considerada mística, ele recebeu o Prêmio de Felipe D'Oliveira pelo livro Forma e Exegese, de 1935. No ano seguinte, lançou o livro Ariana,a Mulher.                                          Declarava-se partidário do Integralismo, partido brasileiro de orientação facista.                                                                                                                      *Mudança de Fase: Nos anos 1940,suas obras literarias,foram marcadas por versos em linguagem mais simples,sensual e por sua vez,carregados de temas sociais.Vinicius de Moraes publicou os livros Cinco Elegias em 1943 que marcou esse nova fase de Poemas,Sonetos e Baladas em 1946.

Poesias:


Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica..
.



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Lana Ariana

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Murilo Mendes


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   Murilo Monteiro MendesO autor fazia parte de um grupo que, na década de 30, encontrou no cristianismo o refúgio para as crises política e ideológica pela qual o mundo passava. Dessa forma, esse conjunto de escritores da segunda geração moderna era chamado de espiritualista. Além de Murilo Mendes, fizeram parte desse grupo: Vinícius de Moraes e Cecília Meireles. Contudo, essa fase religiosa continuava agregada à realidade social e era um pressuposto para trazer o catolicismo mais voltado aos problemas sociais. 

Seu primeiro livro, intitulado “Poemas” foi publicado em 1930 e recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1940, conheceu a poetisa Maria da Saudade com quem se casou no final da mesma década e viajou para a Europa com missão cultural, onde proferiu conferências. Mudou-se para Itália e se tornou professor da Cultura Brasileira e Literatura Brasileira na Universidade de Roma. Suas obras foram difundidas por toda Europa, onde ficou conhecido, inclusive por um círculo de amizades de artistas renomados, como: Miró, Breton, Ezre Pound e poetas brasileiros. 
   Embora seja um escritor pouco lido ainda hoje, a obra de Murilo Mendes apresenta uma superior qualidade literária. Sua produção poética permite destacar alguns aspectos - tanto temáticos quanto lingüísticos - que apontaremos a seguir, sempre lembrando que nenhum esquema dá conta da complexidade da obra de um bom poeta. O melhor mesmo é ler muitos poemas do autor.
 1) Humor e ironia como instrumento crítico:
Esse é o tom dos poemas que herdam algumas características da primeira fase do Modernismo. Predominam em História do Brasil, homo brasiliensis. O homem é o único animal que joga no bicho.                                                                                      Numa edição que preparou para sua obra, Murilo Mendes excluiu o livro História do Brasil, afirmando que este livro destoava do conjunto de sua obra.         
2) Surrealismo:
É a concepção de mundo que aparecerá em boa parte de sua obra. Entenda-se Surrealismo em Murilo Mendes não apenas como o aproveitamento das técnicas daquele estilo, mas da própria concepção surrealista de mundo: ao mundo verdadeiro, mutilado e injusto, o poeta apresenta, como contraponto e forma de reflexão, um mundo de delírio e sonho, em que a lógica desaparece. Negando a realidade concreta, o poeta chama a atenção para o absurdo dela.                         
3) O cristianismo:
Não um cristianismo comportado, mas até insolente, em que a esperança valia mais que a crença.
No cristianismo de Murilo Mendes ressaltam três aspectos:
a) a ênfase sobre a finitude do homem e a promessa da imortalidade da alma;
b) o heroísmo de Cristo, visto mais como homem que como Deus;
c) o paralelo que estabelece entre poesia e o martírio: o poeta é a testemunha do sofrimento, não só do próprio como do coletivo. A poesia é o veículo de libertação desse sofrimento ("vinde a mim órfãos da poesia"). Esse cristianismo predomina em Tempo e eternidade, obra escrita em conjunto com Jorge de Lima.                  
4) Barroquismo:
Mesclado ao surrealismo e à religiosidade, muitas vezes o misticismo de Murilo Mendes se expressa num dualismo e em antíteses que revelam uma visão barroca de mundo. É a tônica de contemplação de Ouro Preto.
5) Experimentação lingüística:
Testemunhando a perene inquietação do poeta e seu espírito de pesquisa com novas formas de composição, os últimos livros - especialmente Tempo espanhol, Poliedro e convergência - são constituídos de textos que oscilam entre a poesia e a prosa, com emprego freqüente de sinais gráficos com finalidade expressiva, neologismos, jogos de palavras, berrando o concretismo. É importante observar, no entanto, que Murilo Mendes sempre fez questão de afirmar que não pertencia a nenhuma "escola".
Em conclusão: toda a obra de Murilo Mendes revela a tentativa de conciliar, através da experimentação, os traços antagônicos da educação que recebeu, de seu temperamento e de seu caráter. Revela o homem em conflito com a realidade, que procurou criar uma arte engajada nas questões sociais mais prementes de seu tempo e, sobretudo, uma arte engajada ao seu espiritualismo cristão.




OBRAS:




"Poemas" (1930), "Bumba-meu-poeta" (1930), "História do Brasil" (1933), "Tempo e eternidade" - com Jorge de Lima (1935), "A poesia em pânico" (1937), "O Visionário" (1941), "As metamorfoses" (1944), "Mundo enigma" e "O discípulo de Emaús" (1945), "Poesia liberdade" (1947), "Janela do caos" - França (1949), "Contemplação de Ouro Preto" (1954), "Office humain" - França (1954), "Poesias (Obra completa até esta data)" (1959), "Tempo espanhol" - Portugal (1959), "Siciliana" - Itália (1959), "Poesie" - Itália (1961), "Finestra del caos" - Itália (1961), "Siete poemas inéditos" - Espanha (1961), "Poemas" - Espanha (1962), "Antologia Poética" - Portugal (1964), "Le Metamorfosi" - Itália (1964), "Italianíssima (7 Murilogrami) - Itália 1965), "Poemas inéditos de Murilo Mendes" - Espanha (1965), "A idade do serrote" (1968), "Convergência" (1970), "Poesia libertá" - Itália (1971), "Poliedro" (1972), "Retratos-relâmpagos, 1ª série" (1973),"Antologia Poética" (1976) e "Poesia Completa e Prosa" (1994).

A poesia acima foi publicada na revista "Letras e Artes", publicação do dia 07 de novembro de 1948 - Rio de Janeiro, na seção "Páginas da Poesia Moderna", e nos foi remetida pelo amigo João Antônio Bührer.


PUBLICADO POR:



Jhefley Giovani Dos Santos


3ºC

Jorge de Lima (1893 - 1953)




Jorge de Lima embora seja mais conhecido como poeta, sua obra nao se restringe só a poesia, ele tambem foi biografo, historiador, prosador etc.
Suas obras foram lançadas numa época em que predominava o romanca regionalista, obras essas que chamavam a atençao por caracteristicas como o cristianismo, o surrealismo, o regionalismo, a urbanidade, a critica social, a reflexão filosófica, a fragmentação narrativa e as referencias biblicas aos mitos da criação  daquela e do apocalipse.

Poema:


          Pelo Silêncio


Pelo silêncio que a envolveu, por essa
aparente distância inatingida,
pela disposição de seus cabelos
arremessados sobre a noite escura:


pela imobilidade que começa
a afastá-la talvez da humana vida
provocando-nos o hábito de vê-la
entre estrelas do espaço e da loucura;


pelos pequenos astros e satélites
formando nos cabelos um diadema
a iluminar o seu formoso manto,


vós que julgais extinta Mira-Celi
observai neste mapa o vivo poema
que é a vida oculta dessa eterna infanta.

 

 
Postado por:

 Haiara Alves

Cecília Meireles (1901 - 1964)








 É considerada como uma poeta espiritualista, reforçando a tendencia da segunda geraçao modernista e a primeira grande escritora da literatura brasileira.

 Ela apresenta frequentemente a presença dos elementos como o vento, a água, o mar,  o ar, o tempo, o espaço e a solidao, confirmando a  inclinação neo-simbolista da autora, ela cultiva uma poesia reflexiva, de fundo filosófico, que aborda temas como a transitoriedade da vida, o tempo, o amor, o infinito, a natureza e a criaçao artística.



 Poema:


                                  Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível

Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!








  • Publicado por:




  • Edivânia Tetzner Laudias